De fato, finalmente, compreendo agora as sábias palavras
do nosso fundador, Moysés Azevedo, quando afirma que “o novo que Deus quer
realizar em nós é um novo baseado na pobreza”. Acho que posso começar assim
este pequeno testemunho da experiência que tivemos – Dilma, Ediône, João e Ana
Rita – ao realizar as nossas visitas de evangelização na missão de Chaves.
Depois de caminharmos mais de duas horas a pé,
atravessando igarapé com água na cintura, sem termos a menor experiência,
finalmente chegamos à casa de D. Iolanda, conhecida por todos como D. Mulata.
Surpreendeu-nos o acolhimento, a alegria e a atenção com que esta senhora,
analfabeta, de 84 anos, recebeu-nos.
Quando fomos nos aproximando, ela gritou da janela: “Que
alegria! Shalom na minha casa! Pensava que iria morrer e não veria mais vocês”.
Ficamos espantados com a maneira como ela nos conhecia, pois era a primeira vez
que íamos a sua casa.
Depois, outra surpresa: Ela pegou a melhor água que tinha
na sua casa para lavar os nossos pés e fez questão, ela mesma, de lavar os pés
de cada um. Foi uma experiência muito forte, sentíamo-nos como os apóstolos
que, constrangidos, tiveram os pés lavados pelo Mestre. Estávamos simplesmente
vivendo João 13.
Logo em seguida, ela começou a mostrar-nos a sua casa, um
enorme vão sem divisórias. Iniciou pela parte mais importante: o oratório,
onde, além do crucifixo e de outras imagens, estava pendurado também o rádio,
pelo qual ela acompanhava a Santa Missa.