(João Paulo II – livro: Amor e Responsabilidade)
“A castidade só pode ser pensada em associação com a
virtude do amor. Sua função é libertar o amor da atitude utilitarista” (nota:
Atitude utilitarista é aquela que vê a outra pessoa como algo a ser usado, ou
seja, ela só é útil enquanto me traz prazer).
“Ser casto significa ter uma atitude ‘transparente’ com
relação à pessoa do outro sexo – castidade significa só isso”.
“A castidade é muitas vezes confundida com uma inibição
‘cega’ da sensualidade e dos impulsos físicos, de tal modo que os valores do
‘corpo’ e do sexo são reprimidos para o subconsciente, onde esperam uma
oportunidade para explodir. Obviamente essa é uma concepção errada da virtude
da castidade, a qual, se praticada somente dessa forma, cria de fato o perigo
de tais ‘explosões’. Essa visão errônea da castidade explica a dedução comum de
que seria uma virtude puramente negativa. A castidade, segundo essa visão,
seria apenas um grande ‘não’. Enquanto que, na verdade, ela é um grande ‘sim’
do qual certos ‘não’ derivam como consequência”.
“A essência da castidade consiste na rapidez em afirmar o
valor da pessoa em toda situação, e em alçar ao nível pessoal todas as reações
advindas do valor do ‘corpo e do sexo’. Isso requer um esforço espiritual
interior especial, pois a afirmação do valor da pessoa só pode ser produto do
espírito, mas esse esforço é, acima de tudo, positivo e criativamente ‘vindo de
dentro’, e não negativo e destrutivo. Não é uma questão apenas de ‘aniquilar’
sumariamente o valor do ‘corpo e do sexo’ na mente consciente reprimindo suas
reações para o subconsciente, mas sim de uma integração sustentável em longo
prazo; o valor do ‘corpo e do sexo’ deve se basear e estar implantado no valor
da pessoa”.
“Apenas o homem casto e a mulher casta são capazes de
amar verdadeiramente. Pois a castidade libera seu encontro, incluindo seu
intercurso conjugal, daquela tendência de usar a outra pessoa”.
“... a castidade é uma conquista difícil, de longo prazo;
deve-se esperar pacientemente para que dê seu fruto, pela ternura amorosa que
deve trazer. Mas, ao mesmo tempo, a castidade é o caminho certo para a
felicidade”
Nenhum comentário:
Postar um comentário