Ser Projeto Juventude para Jesus, é ser guardião da primazia da Vocação Shalom.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Herói ou Otário?


 Há alguns meses, surpreendi-me com uma afirmação da médica e escritora Ana Beatriz Barbosa Silva: O herói de ontem tornou-se o otário de hoje. Algo fez um “clic” dentro de mim, certa de que ela havia expressado algo que muitos percebem e poucos conseguem descrever. Onde estão os heróis? Onde os homens e mulheres cheios de virtudes e coragem? Onde os que dão a própria vida para salvar outros? Bem, aqui e ali se vê algum, exaltado pelo telejornal em um “ato humanitário”,mas a maioria, mesmo, aqueles que vivem o dia a dia longe das câmeras, esses são conhecidos como otários.
Se alguém ouve um grito de “socorro”, logo se encolhe, ou se joga no chão com medo de bala perdida. Um ou outro mais corajoso, esconde-se atrás da porta e liga para a polícia do celular. Socorrer, porém, quase ninguém socorre.
Presencia assalto na rua? Ah! Agora, sim, se faz algo como antigamente: correr o mais rápido possível. Só que, antigamente, se corria para ajudar a vítima, agora, corre-se para o lado oposto. Ou alguém vai ser otário de se meter entre o ladrão e a vítima? Nem pensar! Gritar “pega ladrão”? Só se for muito otário! Agarrar o braço do cara que está com a mão dentro da bolsa da senhora que se equilibra no ônibus? Otário!
E socorrer alguém que foi atropelado, assaltado, jogado no asfalto? Nem pensar! Pode ser um truque para pegar um otário que pare para socorrer. Dar carona? Pensa que sou otário? Mas, e se for uma carona para uma senhora idosa que está se arrastando em direção ao posto de saúde? Mas, que pergunta! Só um otário faria isso. Não vê que é truque para pegar alguma mente muito embotada? E se for um carro acidentado com alguém ensangüentado fazendo sinal no acostamento da estrada? Truque, otário. É ketchup e assalto na certa.
Certo dia, um homem foi assaltado e deixado ferido no meio da estrada. Passaram por ele um sacerdote e um levita, apressados para chegar à oração, e não foram otários. Não pararam para socorrê-lo. Afinal, heroísmo tem hora. Quem mandou ser assaltado e ferido logo ali na passagem deles?
Depois dos dois “homens de Deus”, passou um antipatizado por todos. Era estrangeiro e nem conhecia o lugar direito. Não conseguiria, porém, deixar aquele ferido sem socorro. Colocou-o em seu transporte, cuidou das feridas e ainda arranjou quem cuidasse dele até sua volta da viagem interrompida. Havia perdido um tempo enorme com aquele bagaço de homem, mas não se considerou otário. Aliás, nem otário nem herói. Apenas fez o que gostariam que fizessem com ele.
Uma noite, após um acidente, vi-me na estrada, com dois irmãos ensangüentados junto a mim e, logo atrás, um boi que havia “voado” quando pego por nosso carro. Era muito óbvio que havíamos tido um acidente. Eu e o rapaz, acenávamos para cada carro que passava, tentando conseguir ajuda para sua esposa, sangrando, encostada ao carro. Ninguém parou.
Não sei se você sabe o que isso significa, mas eu sei. Já fui o ferido a pedir socorro na estrada.
O segredo certamente é este: fazer aos outros o que gostaria que fosse feito a você caso estivesse na mesma situação. Ser um irmão, não um desconhecido, uma máscara na multidão. O herói é irmão, tem nome, endereço, coração, solidariedade, compaixão. O otário é... bem, um otário, mesmo. Um egoísta, individualista, sem nome, sem endereço, sem coração, indiferente ao sofrimento do outro.
O otário está pronto para assistir, impávido, o outro morrer, desde que salve sua pele. Enche-se de uma covardia bem conhecida, que vem do egoísmo. O herói está disposto a arriscar a própria vida para ajudar o outro. Enche-se de uma coragem desconhecida, que vem do amor. Essa é a definição correta, evangélica, verdadeira do herói. Foi isso o que Jesus fez, por amor. Infelizmente, foi isso o que esquecemos, a tal ponto que cometemos o lamentável engano de classificar como otário quem, na mentalidade do Evangelho, é herói.
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por Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom 

domingo, 19 de dezembro de 2010

A Alegria da minha Juventude ')


[por Arlene Azevedo -  Vocacionada Shalom)
Como todo jovem eu vivia uma vida normal, escola, trabalho (rsrsr), festas, de vez em quando Missa e o que mais gostava de fazer, estar com os meu amigos, jogando conversa fora. Mas, sempre existiu em mim o desejo ardente pela felicidade, aquele vazio que nunca era preenchido, que buscava preencher em coisas que passavam e deixava um vazio maior ainda. Não compreendia o que faltava para que essa felicidade existisse, pois tinha tudo o que era necessário para ser feliz.
 Nunca fui muito ligada a Igreja, ia pra Missa por ir, porque minhas amigas iam, nunca dei o devido valor a Eucaristia, também por não entender que Jesus estava presente naquele pedacinho de pão.
Até que em um certo dia,recebi um convite de uma amiga para participar de um Grupo de Oração para Iniciantes, que a Comunidade Católica Shalom oferecia para os jovens, aceitei. Em um belo dia, mais que dia! Houve o Seminário de Vida no Espírito Santo, um encontro que reunia toda a juventude que queria experimentar e conhecer a Deus. A alegria daquele povo, a forma de conviverem como família, me contagiou, e queria entender que felicidade era essa que eles tinham e eu não. Esse dia descobri a grande novidade da minha Juventude, o que sempre busquei, a felicidade era O Próprio Cristo, Aquele que perdoa os pecados, ama sem condições, e do jeitinho que somos. Ao descobrir isso, chorei muito, meu coração batia muito forte, constantemente e eu dizia – como queria ter descoberto isso antes – neste dia entendi que sem Deus nada vale a vida. A partir daí iniciei uma caminhada no grupo de oração (Shekinah), onde pude viver experiências fantásticas com o Amor de Deus, descobrindo a cada dia o quanto Ele me amava. Buscava encontrá-lo nas orações e na Eucaristia, aonde ia me fortalecendo aos poucos. No ano de 2008, escolhi deixar o Carnaval para estar no Renascer que tinha como tema, Salvos na Esperança (não foi fácil, mais queria). Esse foi o evento em que entendi que os planos que Deus tinha para mim eram muito maiores do que eu imaginava, lembro-me direitinho o que Ele me pedia – Eu quero que mergulhe mais fundo, busque as profundezas e serás feliz- no momento não entendia, mas hoje sei o que Ele queria de mim. Fiz como Ele me pediu, pensa que foi fácil? Não foi, pois trazia muitas riquezas em meu coração (que eu achava que era o essencial), onde precisei escolher a Ele, para buscar a felicidade que desejava. Conheci pessoas fantásticas, verdadeiros amigos; vivi momentos alegres, minha vida mudou. Hoje posso testemunhar que encontrei o verdadeiro sentido da minha vida, a eterna felicidade, o verdadeiro Amor, aquele que jamais mudará e passará. Você deve estar pensando, - Você não é mais Jovem? Não faz coisas de jovem? Só pensa nas coisas de Deus e rezar?! – eu digo sou jovem, faço programa de jovem – pizzaria, praça, internet, sorveteria, passeios com amigos e muito mais, sem deixar o essencial que é Deus- ser de Deus não é deixar de ser jovem, de cursar a faculdade que tanto sonhei, ser de Deus é viver tudo isso e muito mais! Pois Deus não lhe tira nada, Ele dar tudo.
Áah, os sofrimentos não desapareceram, mas com Deus eu os vejo e vivo de uma forma diferente, sempre encontrando motivo para mudar. ‘ Não há ressurreição sem cruz. E não há cruz sem ressurreição’.  Acredito que um novo amanhã nascerá que Deus nunca me deixará.

“A minha Juventude, a minha vida é toda Tua, quero ofertá-la em favor da Igreja, da humanidade que chora e sofre por não Ti conheceram. Quero corresponder ao Teu Chamado e a esta Vocação que é um caminho de e para felicidade, dizer SIM à Ti, Amado Meu”
Eu quero ser Santa de calça Jeans!

“São felizes as vidas que se consumirem no serviço da Igreja.”
                                                                   Tereza D’ávila
Venha vc também experimentar desta Felicidade que jamais passará ')

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O Segredo de João Paulo II



Há uma quase unanimidade sobre João
Paulo II: ele trazia em si um segredo.
Uma forma rara e ao mesmo tempo
familiar de Deus falar ao mais profundo
do coração do homem. Qual seria
esse segredo? Isso é lá entre ele e Deus.
Mas encontrei como uma réstia de luz a
revelar seu segredo em poesia de sua
autoria: Minha Vida por Cristo.
Quando penso no mundo,
que se desvanece e morre
pela falta de Cristo;

Quando penso no caos profundo
em que se despenca
a inquieta e cega humanidade
pela falta de Cristo;

Quando me encontro
com a força da juventude
apática e destroçada
na própria primavera da vida
pela falta de Cristo,
não posso sufocar as queixas
de meu coração.

Quisera multiplicar-me, dividir-me,
para escrever, pregar,
ensinar Cristo.
E do espírito mesmo do meu espírito
brota contundente e único grito:

Minha vida por Cristo!
Do “espírito do espírito” de João Paulo II, brota um grito contundente.
O que provoca esse grito, o que lhe dá o combustível explosivo que
forjou a “geração João Paulo II”? Veja: a causa da morte no mundo,
é a falta de Cristo. O caos em que se despenca a humanidade inquieta
e cega é a falta de Cristo. Não são as drogas ou a mentalidade
hedonista e descompromissada da “geração y” que a faz apática
e destroçada, é a falta de Cristo.
Tudo o que destrói o homem tem uma causa comum, que passa longe
das análises de qualquer ciência: a falta de Cristo. João Paulo II, como
outros, o encontraram e cultivam com ele amizade contínua e felicíssima. 
São com ele uma só alma, um só coração. Participam dos sentimentos e 
desejos do “espírito mesmo do Espírito de Deus”. A consequência desse
amor mútuo é a mesma que levou o Pai a enviar Jesus, sua Palavra,
seu Verbo, seu Grito: Minha vida pelos homens!
A esse grito lancinante, o homem que vê o profundo dos corações de
Deus e dos homens responde, feliz: Minha vida por Cristo! A partir daí,
tudo se resume no segredo de João Paulo II: ao procurá-lo, você não 
o encontrará, pois não é ele quem vive. É Cristo que vive nele.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 
por Emmir Nogueira, Co-Fundadora da Comunidade Shalom * 

Tudo a serviço da Evangelização

[por Apoena Reis- Vocacionada Shalom - Aracati/CE] 


o que é mesmo ser inteligente? Oo
- Ah, é uma pessoa que sabe fazer as coisas, que observa bem, que usa a lógica, que vê os prós e contras de uma situação e a resolve bem.
ah não...isso é ser esperto...
- Então é uma pessoa que aprende rápido as coisas!
não, não...isso é rápida absorção...
Oo Caramba o que é ser inteligente???
Procurei no dicionário, mas achei muito vago o significado...vejam: Faculdade de conhecer, de compreender.
Inteligente é uma pessoa que sabe muita coisa, que conversa sobre todos os assuntos, que entende bastante a respeito de tudo, ou quase tudo. Que realmente tem um conhecimento profundo sobre muitas coisas.
hmmm...
É uma boa ótica não? 
A inteligência é dom de Deus e deve ser usada para Ele! Sim, é uma ótima ferramenta a se usar na evangelização! Nós, jovens da igreja não podemos ser alienados, aliás o que tem a ver ser da igreja e ser alienado? Aonde encontram sinônimo aí? Não há!!! Devemos estar por dentro de todos os assuntos da atualidade, como um médico, devemos estudar sempre, nos informar sempre, para quando formos conversar com alguém que já seja todo moldado pela sociedade e seus valores mesquinhos, seus conhecimentos grosseiros e falsos, possamos discutir 'a altura', e mostrar pra ele o quanto está enganado...e o quanto ele caminha cego, passivo, aderindo a tudo que lhe é imposto. Não juventude! Tenhamos atitude! Nós que conhecemos Deus, que conhecemos Seu amor e Seus valores, adentremos o coração endurecido e cego do jovem de hoje, que caminha com os olhos dos outros, da mídia principalmente, dizendo sim a tudo que ela coloca e duvidando dos ensinamentos de Deus...e ainda assim se dizem livres e autônomos! Ser livre é ir contra tudo e todos, por mais títulos que eles possam ter, não poderia deixar de lembrar das professoras da minha faculdade, todas mestras, doutoras, e agora uma quase phd... vc discutiria com alguma delas quando elas defendem algo, errado, mas com toda instrução possível? Com certeza! Para defender a verdade discuto com qualquer um... aliás a verdade é a verdade, ela se auto afirma.
- Não te preocupes com o que vais falar, nem se são doutores os que te escutam, pois é o Espírito Santo de Deus que tem toda sabedoria que falará por ti. ( algum trecho da bíblia que não sei decorado aonde fica...)

E aí, vai encarar o Espírito Santo?

rsrs

Você é inteligente? E vc usa sua inteligência pra que?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Imaculada Conçeição de Maria

O dogma da Imaculada Conceição de Maria é um dos dogmas mais queridos ao coração do povo cristão. Os dogmas da Igreja são as verdades que não mudam nunca, que fortalecem a fé que carregamos dentro de nós e que não renunciamos nunca. 
A convicção da pureza completa da Mãe de Deus, Maria, ou seja, esse dogma, foi definida em 1854, pelo papa Pio IX, através da bula "Ineffabilis Deus", mas antes disso a devoção popular à Imaculada Conceição de Maria já era extensa. A festa já existia no Oriente e na Itália meridional, então dominada pelos bizantinos, desde o século VII. 
A festa não existia, oficialmente, no calendário da Igreja. Os estudos e discussões teológicas avançaram através dos tempos sem um consenso positivo. Quem resolveu a questão foi um frade franciscano escocês e grande doutor em teologia chamado bem-aventurado João Duns Scoto, que morreu em 1308. Na linha de pensamento de são Francisco de Assis, ele defendeu a Conceição Imaculada de Maria como início do projeto central de Deus: o nascimento do seu Filho feito homem para a redenção da humanidade. 
Transcorrido mais um longo tempo, a festa acabou sendo incluída no calendário romano em 1476. Em 1570, foi confirmada e formalizada pelo papa Pio V, na publicação do novo ofício, e, finalmente, no século XVIII, o papa Clemente XI tornou-a obrigatória a toda a cristandade. 
Quatro anos mais tarde, as aparições de Lourdes foram as prodigiosas confirmações dessa verdade, do dogma. De fato, Maria proclamou-se, explicitamente, com a prova de incontáveis milagres: "Eu sou a Imaculada Conceição". 
Deus quis preparar ao seu Filho uma digna habitação. No seu projeto de redenção da humanidade, manteve a Mãe de Deus, cheia de graça, ainda no ventre materno. Assim, toda a obra veio da gratuidade de Deus miseriordioso. Foi Deus que concedeu a ela o mérito de participar do seu projeto. Permitiu que nascesse de pais pecadores, mas, por preservação divina, permanecesse incontaminada. 
Maria, então, foi concebida sem a mancha do orgulho e do desamor, que é o pecado original. Em vista disso, a Imaculada Conceição foi a primeira a receber a plenitude da bênção de Deus, por mérito do seu Filho, e que se manifestou na morte e na Ressurreição de Cristo, para redenção da humanidade que crê e segue seus ensinamentos. 
Hoje, não comemoramos a memória de um santo, mas a solenidade mais elevada, maior e mais preciosa da Igreja: a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria, a rainha de todos os santos, a Mãe de Deus.

Mãezinha concede-nos a graça da fidelidade, docilidade e da pureza!
Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=5025

sábado, 4 de dezembro de 2010

Vontade de Deus!!!

"Não seja feita a minha vontade, mas a tua!" (Lc 22,42b)
 Você se lembra? É a oração que Jesus dirige ao Pai no Horto das Oliveiras e que dá sentido à sua paixão, depois da qual veio a ressurreição. Essa frase exprime em toda a sua intensidade o drama que se passa no íntimo de Jesus. Revela a ferida interior provocada pela repugnância profunda da sua natureza humana diante da morte que o Pai quis para ele.
 Mas Cristo não esperou esse dia para adequar a sua vontade à vontade de Deus. Ele fez isso durante toda a vida. Se essa foi a conduta de Cristo, essa deve ser a atitude de cada cristão. Também você deve repetir na sua vida:  "Não seja feita a minha vontade, mas a tua!"
 Talvez você ainda não tenha pensado nisso, mesmo sendo batizado, mesmo sendo filho da Igreja.
 Talvez você tenha reduzido essa frase a uma mera expressão de resignação, que se pronuncia quando não se pode fazer mais nada. Mas não é essa a sua verdadeira interpretação.
 Veja bem. Na vida você pode escolher uma destas duas direções: ou fazer a própria vontade, ou optar livremente por fazer a vontade de Deus.
Então você terá diante de si duas possibilidades: a primeira, que será logo decepcionante, porque você vai querer escalar a montanha da vida com suas idéias limitadas, com seus próprios recursos, com seus pobres sonhos, somente com as suas forças.
 A partir daí, mais cedo ou mais tarde, virá a experiência da rotina de uma existência marcada pelo tédio, pela mediocridade, pelo pessimismo e, às vezes, pelo desespero.
 A partir daí virá a experiência de uma vida monótona - apesar dos seus esforços para torná-la interessante - que nunca chegará a satisfazer suas exigências mais profundas. Isso você tem que admitir, não pode negar.
A partir daí, no final de tudo, ainda virá uma morte que não deixará rastro algum, mas apenas algumas lágrimas e depois o esquecimento inexorável, total e universal.
 A segunda possibilidade é aquela em que também você repete: "Não seja feita a minha vontade, mas a tua!"
 Veja bem: Deus é como o sol. Do sol partem muitos raios que atingem cada homem: representam a vontade de Deus para cada um. Na vida, o cristão, e também todo homem de boa vontade, é chamado a caminhar rumo ao sol, na luz do seu próprio raio, diferente e distinto de todos os outros. Assim realizará o projeto maravilhoso, pessoal, que Deus preparou para ele.
 Se também você agir assim, vai se sentir envolvido numa divina aventura, nunca sonhada. Você será ao mesmo tempo ator e espectador de algo grandioso que Deus realiza em você e, por meio de você, na humanidade.
 Tudo o que lhe acontecer, como sofrimentos e alegrias, graças e desgraças, fatos de relevo (como sucessos e sorte, acidentes ou mortes de entes queridos), fatos corriqueiros (como o trabalho do dia-a-dia em casa, no escritório ou na escola), tudo, tudo vai adquirir um significado novo porque lhe será oferecido pelas mãos de Deus que é Amor. Tudo o que ele quer, ou permite, é para o seu bem.
 E se, de início, você acredita nisso somente com a fé, depois enxergará com os olhos da alma como que um fio de ouro a ligar acontecimentos e coisas, a tecer um magnífico bordado, que é justamente o projeto que Deus preparou para você.
 Talvez você se sinta atraído por esse modo de ver as coisas, talvez queira sinceramente dar à sua vida o sentido mais profundo.  Então ouça.
 Antes de tudo vou lhe dizer quando você deve fazer a vontade de Deus.
Pense um pouco: o passado já se foi e você não pode mais alcançá-lo; só lhe resta colocá-lo na misericórdia de Deus. O futuro ainda não chegou; você vai vivê-lo quando ele se tornar atual. Apenas o momento presente está em suas mãos. É, justamente, nele que você deve procurar viver a frase:
 "Não seja feita a minha vontade, mas a tua!"
 Quando você viaja - e também a vida é uma viagem -, permanece sentado tranqüilamente em seu lugar. Nem lhe passa pela cabeça a idéia de ficar caminhando para frente e para trás no ônibus ou no vagão do trem. Essa atitude seria de quem quisesse viver a vida sonhando com um futuro ainda inexistente, ou pensando no passado que jamais voltará.
 Não, o tempo caminha por si mesmo. É preciso concentrar-se no presente; então, chegaremos à plena realização de nossa vida terrena. Você me perguntará: mas como posso distinguir entre a vontade de Deus e a minha?  No presente não é difícil saber qual é a vontade de Deus. Vou lhe indicar um caminho: preste atenção à voz do seu íntimo, uma voz sutil, que talvez você tenha sufocado muitas e muitas vezes, e que se tornou quase imperceptível. Mas, procure ouvi-la bem - é voz de Deus (cf. Jo 18,37; cf. Ap 3,20).
 Ela lhe diz que este é o momento de estudar, ou de amar algum necessitado, ou de trabalhar, ou de vencer uma tentação, ou de cumprir um dever de cristão ou outro dever de cidadão. Ela o convida a dar ouvidos a alguém que lhe fala em nome de Deus, ou a enfrentar corajosamente situações difíceis.
 Ouça, ouça. Não sufoque essa voz. É o tesouro mais precioso que você possui. Siga-a.
E, então, você construirá momento por momento a sua história, que é ao mesmo tempo história humana e divina, porque feita por você em colaboração com Deus. E você verá maravilhas. Verá o que Deus pode realizar numa pessoa que diz com toda a sua vida:
 "Não seja feita a minha vontade, mas a tua!"


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por Chiara Lubich

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Sentido do Advento





Podemos tomar como ponto de partida a palavra «Advento»; este termo não significa «espera», como poderia se supor, mas é a tradução da palavra grega parusia, que significa «presença», ou melhor, «chegada», quer dizer, presença começada. Na antigüidade era usado para designar a presença de um rei ou senhor, ou também do deus ao qual se presta culto e que presenteia seus fiéis no tempo de sua parusia. Ou seja, o Advento significa a presença começada do próprio Deus. Por isso, nos recorda duas coisas: primeiro, que a presença de Deus no mundo já começou, e que ele já está presente de uma maneira oculta; em segundo lugar, que essa presença de Deus acaba de começar, ainda que não seja total, mas está em processo de crescimento e amadurecimento. Sua presença já começou, e somos nós, os crentes, que, por sua vontade, devemos fazê-lo presente no mundo. É por meio de nossa fé, esperança e amor que ele quer fazer brilhar a luz continuamente na noite do mundo. De modo que as luzes que acendamos nas noites escuras deste inverno sejam ao mesmo tempo consolo e advertência: certeza consoladora de que «a luz do mundo» já foi acesa na noite escura de Belém e transformou a noite do pecado humano na noite santa do perdão divino; por outra parte, a consciência de que esta luz somente pode - e somente quer - seguir brilhando se é sustentada por aqueles que, por ser cristãos, continuam através dos tempos a obra de Cristo. A luz de Cristo quer iluminar a noite do mundo através da luz que somos nós; sua presença já iniciada deve seguir crescendo por meio de nós. Quando na noite santa soe uma e outra vez o hinoHodie Christus natus est, devemos recordar que o início que foi produzido em Belém deve ser em nós início permanente, que aquela noite santa é novamente um «hoje» cada vez que um homem permite que a luz do bem faça desaparecer nele as trevas do egoísmo (...) a criança - Deus nasce ali onde se obra por inspiração do amor do Senhor, onde se faz algo mais que intercambiar presentes.Advento significa presença de Deus já começada, mas também apenas começada. Isto implica que o cristão não olha somente o que já foi e o que aconteceu, como também ao que está por vir. Em meio a todas as desgraças do mundo, tem a certeza de que a semente de luz segue crescendo oculta, até que um dia o bem triunfará definitivamente e tudo lhe estará submetido: no dia em que Cristo retorne. Sabe que a presença de Deus, que acaba de começar, será um dia presença total. E esta certeza o faz livre, o dá um apoio definitivo (...)».

Coroa do Advento 

Naquela mesma hora, Jesus exultou de alegria no Espírito Santo
e disse: Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque 
escondeste estas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste
aos pequeninos. 
Sim, Pai, bendigo-te porque assim foi do teu agrado. 
Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém
conhece quem é o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão
o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 
E voltou-se para os seus discípulos, e disse: Ditosos os olhos que
vêem o que vós vedes, pois vos digo que muitos profetas e reis
desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que 
vós ouvis, e não o ouviram. - Palavra da salvação.
(Lc 10,21-24)
“Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, por teres ocultado isto aos sábios e aos
inteligentes e por tê-lo revelado aos pequeninos” (Lc 10, 21).  O tempo do Advento
 é próprio para experimentarmos da humildade e pequenez, por conta do mistério
 da encarnação do Verbo, onde o Messias nasce numa manjedoura, uma criança
 frágil que precisa da ajuda do homem para se alimentado, protegido do frio e do
 lar amoroso que a ele é preciso para caminhar na sua missão salvífica. É só com
 um coração humilde que poderemos caminhar com o coração aberto para as graças
 próprias do Advento.
“Júbilo e alegria virão ao encontro deles, tristeza e lamentação fulgirão” (Is 35, 10).
 O grande fruto do advento é que por meio da espera do Messias, Deus deseja realizar
 em nós uma profunda renovação na nossa alegria, que é contemplar a vinda do
Salvador! Não há mais engano do que venha a ser a nossa felicidade, pois no
Advento somos chamados a renovar a nossa confiança na salvação dada por Jesus.


Não quero ter senão somente a Deus!

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